sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CARNAVAL: O CÉU E O INFERNO TE DISPUTAM


O céu e os infernos te disputam neste tempo de carnaval. A verdade é exatamente essa, não só no tempo de carnaval, mas em todos os tempos. Onde a arte se confunde com o pecado e o pecado se confunde com a arte.
O diabo é um viciado em querer imitar o que Deus faz. Deus faz algo muito bonito e ele quer fazer caricatura daquilo, e faz tão bem parecido que muitas vezes nos engana.
Como por exemplo: Eu não posso negar que a beleza plástica do carnaval brasileiro é muito bonita, o desfile de escola de samba, as fantasias, aquela batucada com aqueles instrumentos é muito bonito. Tecnicamente falando, é maravilhoso de se ver.
Mas nestes dias de carnaval se corre um grande perigo de perder o sentido da vida, porque nós nos encontramos em um contexto, onde o inferno vai querer te penetrar misturando com a beleza plástica do carnaval, com situações concretas de pecado - pecado que nos leva à prostituição, à violência, à violência no trânsito, violência das facas e das balas, ao homossexualismo e à drogadição.

Cabe a nós decidirmos para que lado vamos pender. A quem nós iremos ouvir: a Deus ou ao seu inimigo, o Diabo? E para falar a verdade nós sabemos discernir o que é melhor para nós.
A natureza, a criação anseia, espera ansiosamente pela revelação dos filhos de Deus, você é filho de Deus! Chegou a nossa hora! Confirme a sua escolha por Deus!
Espero te ver aqui na Canção Nova neste Carnaval! Se não puder estar aqui, não perca tempo, procure um retiro, deseje estar em sintonia com Deus, escolha por Aquele que te dá a verdadeira alegria!


Dunga (Comunidade Canção Nova)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

"Precisamos de Ti, Senhor Jesus"!


Já na alva luz do dia a raiar Lá estava a cena que me impressionou Um anjo preso a Jacó Que por sua benção lutou E jamais desistiu...


Não largava o anjo ele muito insistiu Não sairia dali, sem sua benção na mão De tanto ele insistir, o anjo lhe tocou E abençoado ele foi...


Preciso de uma benção não vou desistir Sem ela eu não vou sair daqui Só saio quando o Senhor me tocar Não posso mais ficar sem te sentir Nada vai impedir a unção de Deus sobre mim.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ESPERANÇA, O COMBUSTÍVEL DA VIDA!


A esperança corresponde à aspiração de felicidade existente no coração de cada pessoa. Interessante observar que quem perde a esperança mais profunda perde o sentido de sua vida, e viver sem esperança não tem sentido. O próprio antônimo dessa palavra é DESESPERO, ou melhor, a perda quase que em estado definitivo da esperança. O desespero é capaz de corroer o coração.
A esperança é a vacina contra o desânimo, contra a possibilidade de invasão do egoísmo porque, apoiados nela, nos dedicamos à construção de um mundo melhor. A perda da esperança endurece nossos sentimentos, enfraquece nossos relacionamentos, deixa a vida cinza, faz a vida perder parte do seu sabor. No entanto, todos os dias, somos atingidos por inúmeras situações que podem nos desesperar.
A esperança é o combustível da vida, a forma de mantê-la viva é não prender os olhos nas tragédias; a cada desgraça que contemplamos corremos o risco de perder combustível. Existe na mitologia grega uma figura interessante chamada Fênix, que quando morria entrava em autocombustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Essa ave, o mais belo de todos os animais fabulosos, simbolizava a esperança e a continuidade da vida após a morte. Revestida de penas vermelhas e douradas, as cores do Sol nascente, possuía uma voz melodiosa que se tornava triste quando a morte se aproximava.
A impressão causada em outros animais – por sua beleza e tristeza – chegava a provocar a morte deles. Nossa vida passa por esse processo várias vezes num único dia, ou seja, sair das tragédias para contemplar a beleza que não morreu, a vida que existe ainda, como fazia essa ave mitológica. Alguns historiadores dizem que o que traria a Fênix de volta à vida seria somente o seu desejo de continuar viva, depois de completar quinhentos anos elas perdiam o desejo de viver e aí, se morressem, não mais reviviam. O desejo de continuar a viver era sua paixão pela beleza que é a vida.
Vida sem sabor é uma vida sem perspectivas; quem cansou de tentar, cansou de lutar, desistiu de tudo, uma vida que apenas espera o seu fim por pensar que nada que se faça pode mudar coisa alguma. Quem perdeu a capacidade de sonhar, o desejo de felicidade confundiu-se com a utopia. Felizmente não existe motivo para desanimar, lembrando as palavras de São Paulo: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Não falamos aqui de qualquer esperança, mas da autêntica esperança, que não se apoia em ilusões, em falsas promessas, que não segue uma ilusão popular em que tudo se explica.
A esperança verdadeira, vinda de Deus, é uma atitude muito realista, que não tem medo de dar às situações seu verdadeiro nome e tem sempre Deus como fator principal. Não tem medo de rever as próprias posições e mudar o que deve ser mudado. À medida que perdemos ilusões e incompreensões temos o espaço real, no qual pode crescer a esperança, que nada mais é do que a certeza de que tudo pode ser melhor do que o que já vemos, e o desejo de caminhar na direção da vida, atraídos pela sua beleza, que no momento pode somente ser sonhada, mas é contemplada pelo coração.
O homem pode ser resistente às palavras, forte nas argumentações, mas não sobrevive sem esperança. Ninguém vive se não espera por algo bom que seja bem melhor do que o que já conhece, que já possui ou já experimentou. Deus alimenta nossa vida através da esperança!


Padre Xavier

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O inacabado que há em mim


Sou como o rio em processo de vir a ser...



Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina. Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nessa hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.
Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil. Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar.
Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim.
Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.

Padre Fábio de Melo